Translate

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Ensaio sobre a substituição.

Fico analisando como substituímos o que nos falta , como elevamos as nossas carências e prioridades a ponto de substituir pessoas.
Sim, substituímos pessoas a todo momento, a qualquer hora que julgamos certo.
Como num trabalho em que vc não produz mais o necessário que a empresa deseja ou espera de vc.  Fizemos e fazemos isso com tantas pessoas nas nossas vidas, seja um amigo que não partilha dos mesmos pensamentos à amores que não correspondem as nossas grandes e exigentes expectativas.
Temos nossos sonhos embutidos na nossa essência, seja ele de qualquer âmbito da vida,  e quando achamos necessário substituir algo (alguém)  acabamos por esquecer que aquele sonho era só nosso, pertencente ao nosso intimo, ao nosso eu.
Fazemos projeções como se o outro fosse suprir o que está dentro da gente, mas nos esquecemos de alimentar isso, deixamos sempre a cargo do outro que por vezes mata um pouco de seus sonhos pra suprir os nossos, e assim vamos vivendo, matando um pouco da gente pra suprir um ao outro, mas nunca paramos pra pensar que se as projeções e expectativas criadas ficassem sob a nossa importante e inteira responsabilidade , talvez não teríamos que substituir tanta gente nas nossas vidas.
Talvez tivéssemos o bom senso de que a nossa felicidade não depende de ninguém a não ser de nós mesmos, talvez pararíamos pra observar a quantidade de erros que cometemos conosco e com  quem  nos envolve.
E normalmente agregamos esses sonhos nas pessoas que nos envolve de alguma forma, seja um amigo para uma possível sociedade,  um parente que nos espelhamos,  projetos de uma vida à dois, projeção de constituir família...
Tudo isso, no inicio, tem uma beleza, um compromisso nobre, uma luz para a concretização do tão almejado sonho.
Mas quando a pessoa já não se encaixa no nosso sonho, na nossa realidade, simplesmente colocamos isso de lado e lá se vai uma vida, uma história e tudo que ela te proporcionou, te ofereceu, sim tudo foi uma troca até alguém nessa relação perceber que existia algum erro, um erro que não se consegue enxergar,  apenas sentir.
Mas quando nos damos conta de que esse erro estava o tempo todo com a gente... já é tarde demais.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

O rosto

Numa pretensão de vê-lo e descobri-lo, eu lancei muitos sonhos no ar, fiz da expectativa casa da minha criatividade, fiz das minhas apostas um bálsamo para espera de um dia poder ver aquele rosto escondido, guardado nos seus conceitos de não se mostrar, de se preservar.
Aquele rosto que tanto busquei e ansiei por ver, aproveitou da minha paciência, curtiu minha euforia, mas mesmo ali, escondido, se fez presente de tantas formas.
Formas que eu já tinha criado no meu inconsciente e toda vez que ela era condizente  com o meu desejo de palavras puras, de cuidado velado, eu agradecia a força que meu pensamento tem.
Aquele rosto veio sem eu esperar, veio como uma deliciosa surpresa que eu tanto desejei, de forma natural ele se mostrou, se abriu , se permitiu.
Ah, aquele rosto menino, aqueles olhos que parecem ser atentos, distintos . Olhos grandes de quem muito observa, boca pequena de quem pouco fala, semblante de gente que diz muita coisa com suas expressões, mas que passam desapercebidas pois sempre tem seu esconderijo como abrigo.
Nossa, como eu desejei descobrir esse rosto, lancei ao meu pensamento o quanto isso seria alegre de viver, foi, é!

Agora na minha mente mora sua imagem, seu rosto. E com ela torno a lançar novos sonhos para o ar, mas não mais quero te ver, agora eu quero te enxergar!

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Helena

A vida é arte do encontro, embora haja tantos desencontros pela vida.
É com um trecho de Vinicius que inicio minha despedida, minha homenagem à ela que pouco vivemos, poucos soubemos uma da outra, mas que os laços sanguíneos nos uniu...sou particula do seu ventre, era pra ser.
Helena, mulher temperamental, impulsiva, de muitas palavras e atitudes, uma menina levada num corpo que padeceu aos poucos e lentamente, tornando-se tormenta uma vida pouco bem vivida.
Helena, que levava cicatrizes nos olhos, que trazia consigo uma vida de batalhas, nem sempre vitoriosas, mas vivenciadas e consumidas.
Mulher que a vida conduziu, que se deixou levar por falta de oportunidades ou por pura sabedoria de seus limites.
Helena não deixa um legado de equilíbrio, mas deixa uma saudade e dor como todo sangue que nos escorre.
Helena, deixa saudades dos tempos de infância que vivi ao seu lado, e deixa lições de vida que foram indiretamente ensinadas.
Helena, ja cansada da batalha que se tornara infinda, levantou seu lenço branco, pedindo paz ao seu espírito que tanto labutou.
Certamente sentirei saudades de coisas de que não vivemos, de afagos que não trocamos, de sabedoria que não foram passadas pra frente, na nossa historia, Helena, não houve lacunas, houveram ausências. Ausência essa que me fará repensar na sua vida, nas nossas vidas...
...Helena, sou teu sangue, serei sua memória.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

A saudade

Sinto uma saudade  e ela me faz congelar num momento vivido, numa realidade que persiste no meu coração, uma recordação que lateja nos meus pensamentos.
Uma realidade intrínseca do meu ser, que sempre busca por sentimentos intensos que tenham verdade e brilho pra viver.
Meu pensamento vai longe, viaja nos meus sonhos, constrói realidades, despe meus medos e angústias.
Minha essência enraizada zela atenta à tudo o que foi vivido, criado e compartilhado.
Meu corpo tem sede daquela energia que ele carrega, meu corpo tem fome do olhar e dos gestos que alimentam.
O respeito com que ele trata o meu ser, sem violar meus estranhos sentidos.
Aquele olhar profundo de gente que gosta de descobrir, de mergulhar...
Essa saudade é uma forma de mantê-lo vivo em mim, uma forma de ter ele aqui dentro, preenchendo o meu coração que sempre está pronto para transbordar.
Essa saudade é combustível para o meu desejo, é alimento para o meu romantismo que busca alguém que valha a pena se mostrar.
É uma saudade gostosa de sentir, que aperta mais não dói, que incomoda, mas não fere. Mas que vive pra ser infinita enquanto durar.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Dentro há o que procuro.

Nesses dois meses que passaram , tanta coisa aconteceu em mim, tantas descobertas, tantas feridas sendo tratadas ao mesmo tempo.
Realmente o tempo foi um vilão que tomou o meu destino, mas quando menos esperei dele, ele se tornou o meu melhor amigo e herói.
Daí me dei conta , que nós somos o nosso tempo, inconscientemente eu atrai e decidi o  momento e o que eu queria viver.
Hoje olho já saudosa de coisas que tenho certeza que não sairão de mim, hoje percebo que os meus sentimentos não precisam de ninguém para sobreviver, só do meu tempo, só de mim. E ter essa certeza, esse saber... é tão maravilhoso.
Hoje a minha certeza é que eu posso viver tudo que eu sempre quis e sonhei, que a projeção de felicidade tem que ser voltada à mim e não à alguém.
Aprendi que o querer das pessoas nunca é igual, o amar nunca é igual, mas o vibrar na mesma sintonia sim, as intensidades se misturam e a disposição é que faz acontecer.
Queria eu ter entendido isso há um tempo não muito distante, mas aceito que eu fiz o que o momento pedia e dei o melhor de mim, aliás nunca deixei de me dar.
Aprendi que não preciso fugir de mim e me encontrar no outro. Aprendi que a minha fortaleza e o que busco sempre esteve aqui dentro .  Sim, dentro há o que procuro!
Minhas rotas a seguir são daqui para o mundo, tenho muita sede de vida, de amor, de gente.

E isso faz eu me enxergar, me aceitar, me viver e claro, me continuar.

terça-feira, 19 de maio de 2015

A tal da lealdade.

As pessoas acham que amar é fácil, mas se esquecem do que pode ser inevitável. Porque sempre passamos por algum meio tempo. A gente sempre acha que ama quem não merece, ama quem não quer nosso amor, ama a despeito de nós mesmos.
Tem a ver com feromônios e sensações que não somos capazes de controlar. Mas lealdade não!
Ela não é espontânea e nem simples, ela resulta de uma decisão consciente que pode custar caro. 
Ela é nobre e de certa forma tem a ver com sacrifício. Não, não é uma obrigação, é uma escolha que mistura, necessariamente, valores, sentimentos e idéias. Na lealdade talvez se manifeste o melhor de nós.
Antes que se confunda, vamos diferenciar: LEALDADE não é o mesmo que FIDELIDADE!
Embora às vezes elas se confundam. Nós sempre acabamos colocando o mesmo significado para esses sentidos diferentes.
Ser fiel significa, basicamente não enganar o parceiro sexual ou emocionalmente. É um preceito, uma regra que se cumpre ou não se cumpre, uma espécie de obrigação x redenção. 
O custo da fidelidade é relativamente baixo quando sabemos o que queremos: você perde oportunidades românticas e sexuais com diversas pessoas que estão em busca de algo que ainda não sabem e talvez isso não tem a ver com sentimentos. 
Você pode desprezar uma pessoa e ser fiel a ela por medo, falta de jeito ou de oportunidade.
Assim como pode amar alguém perdidamente e ser infiel, acontece todos os dias, aliás, a todo momento.
A lealdade é outra coisa, ela é mais profunda que a fidelidade. Lealdade supõe compromisso, conexão, cuidado. Implica em entender o outro e respeitá-lo no que é essencial para ele e para o momento. Às vezes o outro precisa de cumplicidade intelectual, apoio prático, simples cuidados ou carinhos. Outras vezes, a lealdade requer sacrifícios maiores e profundos.
A lealdade está amparada em valores, não apenas em sentimentos. É fácil cuidar de alguém quando se está apaixonado, quando se diz estar amando, é como respirar na verdade, muito fácil e muito simples.
Mas o que se faz quando os sentimentos desaparecem? – somem com eles todas as responsabilidades em relação ao outro? Sim, ao menos que as pessoas sejam movidas por algo mais que a mera atração, (aquela coisinha chamada AMOR talvez). Se não partilham nada além do desejo e da paixão momentânea, nada resta depois que romance acaba. Mas, se houver cumplicidades maiores, então é ai que se manifesta a lealdade. Ela dura mais do que os sentimentos à flor da pele, eróticos, instantâneos, porque se estende bem além deles.
O romantismo, embora a gente  não o veja ou não consiga aceitar, é uma forma exacerbada de egoísmo. Meu amor, minha paixão, minha vida. Minha família, inclusive. Tem a ver com desejo de posse e exclusividade, que torna a perda intolerável. As pessoas matam por isso todos os dias, porque amam dessa forma.
É um sentimento que normalmente não exigimos uma elevação moral e pode colocar à mostra o pior de nós, embora pareça a coisa mais linda.
Depois que tive uma forte experiência  da falta de consciência das pessoas sobre o que é lealdade e fidelidade. Minha impressão é que o mundo inteirinho anda precisando de lealdade. Somos tão obcecados pela ideia de fidelidade, porque a infidelidade nos machuca, nos maltrata, e o parceiro infiel se culpa e se maltrata por isso na maioria das vezes, uns cedo, outros tarde demais. 
Sofremos enlouquecidamente porque o mundo, o nosso mundo, não contém nada além de nós mesmos, com nossos sentimentos e necessidades, com nossos erros e acertos. Quando algo falha em nossa intimidade, desabamos, nos desesperamos e a tristeza bate na porta.
Talvez devêssemos pensar de forma mais generosa. Talvez precisemos nos apaixonar por ideias, nos ligar por compromissos, cultivar sonhos e aspirações que estejam além dos nossos interesses pessoais.  Talvez precisamos correr riscos maiores que o de ser traído,  abandonado ou simplesmente a paixão a flor da pele acabar.
O idealismo, que tem sido uma força de mudança na conduta humana, precisa ser resgatado. A fidelidade nos leva até a esquina. A lealdade talvez nos conduza mais longe, bem mais longe...
De certa forma ele sempre ditou o meu coração, eu me doei tanto pra esse amor, que me abandonei, me deixei de lado e talvez isso tenha sido um erro.
Mas não vejo como algo ruim, me abandonei mas me encontrava nele, corri o risco e no fundo no fundo eu sabia o preço. Pois já sabia o que eu queria.
Ele ditou ao meu coração o que ele nunca quis aprender, ele quis que o meu coração seguisse a sua receita de romances perdidos, partidas inesperadas e sem nexo, viver de lembranças...não, lealdade não está na sua receita...
Ele tem conhecimento de uma lealdade inventada, não construída.
Mesmo que eu o tenha em oração (a qual ele dispensa pois ele não acredita num Deus que habita em nós) ele quer seguir só e só ele seguirá.
Mas mesmo assim, ele faz com que o meu coração o siga onde quer que esteja, porque a minha lealdade e amor não é como ele.
Fico a lembrar da tarde que nos conhecemos, nossa... havia tanta beleza naquele momento, eu já sabia exatamente o que aquilo significaria pra mim, já sabia que ali não era criatividade minha, era destino.
Foi nesse dia que ele roubou meu coração e após 14 anos meu coração ainda está no bolso dele, só que agora esquecido, um pouco machucado pela falta de cuidado, pela desatenção.
Nos nossos momentos, na nossa vida,eu estive tão satisfeita por mim, por não ter sido desleal com o que eu construía e nem infiel ao que eu sentia.
Ele sempre foi fiel aos sentimentos dele, só dele, mas não aprendeu que lealdade é algo completamente diferente.
Ele não teve lealdade ao que fomos e sentimos. 
O bom é que eu aprendi e muito,  e se ele não aprender... o tempo dá jeito.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Aceitar

É tão difícil aceitar a decisão dele, é tão difícil aceitar que eu não consegui faze-lo feliz o bastante pra ele ficar comigo e que o sentimento dele por mim é tão fraco e sem esperança para o melhor que não pode tentar se fortalecer em nome de tudo que vivemos.
Rezando pra um dia ele se encontrar e perceber que o que falta é coragem de viver, algo que realmente faça ele mudar, que faça ele acreditar,  faça-o entender que essa felicidade que ele consome a cada relação é muito efêmera, essa felicidade não é nada perto do que eu (principalmente pelo sentimento e escolhas que fiz) e todas as mulheres que fizeram parte de sua história queriam proporcionar.
Por medo de sofrer ele antecipa sofrimentos, seria tão melhor os dois enxergar o fim da linha e não só ele ... 
E sou injusta quando acredito que ele pode me surpreender positivamente, pois só temos aquilo que podemos dar, é assim que ele pensa, é assim que muita gente pensa (e isso é uma forma de se anular, de se fechar para o que outro pode dar e para o que você mesmo sente).
A minha intensidade assusta, amar me assusta também, porque fui além de mim em certos aspectos.
Lutar por uma pessoa o assusta, mas vejo que ele não luta por ele. O sentido de luta só está no campo profissional, que aposto que vai mal, pois ele só aprendeu a lutar por sonhos alheios, esqueceu ou nunca sonhou por ele mesmo.
A "sinceridade"  inoportuna dele me assustou  (ainda estou engolindo ela, cheia de espinhos goela abaixo).
Sinto que em vez de mostrar a importância que tive em sua vida, ele mostra o quão frágil ela é.
Ele não me mostrou antes o tamanho de sua fragilidade e agora ela vem a galope, as vezes acho que que sou mais dependente da aceitação dele do que do próprio coração.
Mas de certo modo sei que somos educados para a indiferença, o que incomoda, o que não gostamos mais precisa ser deixado de lado não é mesmo?!
Insistir vira chatice tipo; eu não ia mesmo aguentar isso por muito tempo então vou resolver agora pra não ficar um assunto tão complicado depois, mas vamos lá não é um assunto, É A MINHA VIDA!!!
Queria merecer o amor dele, mas de modo algum sofrer por ele, queria que ele não desistisse da gente, mas em momento algum ele oferece chance, nem pra mim nem pra ele. E se ele acha que ir morar comigo foi a chance então ele mentiu pra mim e pra ele também!
Como crescer um amor sem superação?
Como distinguir o que é uma construção de sentimentos,  da paixão que nos faz pensar que será eterna?
Como recomeçar os laços sem ao menos tentar faze-lo melhor e mais bonito?
A ideia era separar e não demonstrar nenhum incomodo, tipo; ah meu amor entendo seu defeitinho de fábrica, a sua falta de percepção que paixão não dura a vida toda , por ter chego até aqui e perceber que não era esse o caminho,  por querer viver a mesma coisa (que aos olhos dele, os pais viveram) mas que ele mesmo não consegue por em prática, está tudo bem, tudo uma maravilha? COMO?

Não me sinto adulta no sofrimento, só consegue quem é cínico, muito menos madura, só consegue quem é insensível.
(Na minha cabeça eu estou como aquelas crianças que ficam tristes porque o amiguinho quebrou o seu brinquedo predileto ).
Queria que ele exagerasse,  percebesse o erro, mas que se arrependesse e voltasse pra mim aos abraços e lágrimas,  dizendo que agora me entendia e que valia a pena tentar, por mim e por nós, não queria ver ele falar pra eu encontrar alguém que me faça feliz o quanto mereço, porque já encontrei, mas ela se perdeu e nem ta afim de se achar, não agora e nem comigo!
Só que ele se desmerece muito e não aceita o que me deu.
Posso não te-lo de volta, mas não terei me perdido e jamais terei desvalorizado a sua força em minha vida.